15 janeiro 2010

TRÊS CANTOS


Quando se brinca contente
Ao despontar da existência
Nos folguedos de inocência,
Nos delírios de criança;
A alma, que desabrocha
Alegre, cândida e pura -
Nessa contínua ventura
É toda um hino: - esperança!

Depois... na quadra ditosa,
Nos dias da juventude,
Quando o peito é um alaúde,
E que a fronte tem calor;
A alma que então se expande
Ardente, fogosa e bela -
Idolatrando a donzela
Soletra em trovas: - amor!

Mas quando a crença se esgota
Na taça dos desenganos,
E o lento correr dos anos
Envenena a mocidade;
Então a alma cansada
Dos belos sonhos despida,
Chorando a passada vida -
Só tem um canto: - saudade!

CASEMIRO DE ABREU - 1858

Foto: Google

Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Estas poesias são as minhas preferidas... E algumas são criações minhas...
Comenta aí... Vou gostar de saber o que você acha!!!

#SAUDADES ETERNAS

Nunca soube que você se chamava Fernando... Pra mim, sempre foi "Beto"... O Beto do sorrisão...  O Beto das baladas n...