31 agosto 2009

Semana da Poesia Brasileira


    No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.


Fonte: www.memoriaviva.com.br


Começo a semana com Drummond... Amo essa poesia, porque essa Pedra aí significou várias coisas interessantes ao longo da minha infância e adolescência... Espero que gostem... Boa semana para vocês!

30 agosto 2009

Vem aí, a Blogagem Coletiva do Vidas Linha em comemoração aos 6 meses de vida!

VOCÊ JÁ TEVE ALGUMA EXPERIÊNCIA MARCANTE?
CONTE PRÁ MIM!!!

DIAS: 04 e 05 de Setembro

DEIXE SEU LINK NO BLOG QUE NO DIA 03 ESTAREI DIVULGANDO A LISTA DOS PARTICIPANTES!!!

PARTICIPE DESSA FESTA!!!

28 agosto 2009

ISTO


Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,

É como que um terraço

Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Fonte: www.fisica.ufpb.br


Caros amigos blogueiros, com essa poesia encerro a série de poemas de Fernando Pessoa.

Aguardem para a próxima semana, poetas brasileiros! Uma semana de poemas que me marcaram a infância e adolescência.

Até lá! Tenham um bom dia!!!

26 agosto 2009

POEMA DO AMIGO APRENDIZ


Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...

24 agosto 2009

AUTOPSICOGRAFIA


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fonte: www.fisica.ufpb.br

21 agosto 2009

CHUVA OBLÍQUA - FERNANDO PESSOA

I

Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito
E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios
Que largam do cais arrastando nas águas por sombra
Os vultos ao sol daquelas árvores antigas...
O porto que sonho é sombrio e pálido
E esta paisagem é cheia de sol deste lado...
Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio
E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol...
Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo...
O vulto do cais é a estrada nítida e calma
Que se levanta e se ergue como um muro,
E os navios passam por dentro dos troncos das árvores
Com uma horizontalidade vertical,
E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro...
Não sei quem me sonho...
Súbito toda a água do mar do porto é transparente
e vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada,
Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto,
E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
E passa para o outro lado da minha alma...



II



Ilumina-se a igreja por dentro da chuva deste dia,
E cada vela que se acende é mais chuva a bater na vidraça...
Alegra-me ouvir a chuva porque ela é o templo estar aceso,
E as vidraças da igreja vistas de fora são o som da chuva ouvido por dentro...
O esplendor do altar-mor é o eu não poder quase ver os montes
Através da chuva que é ouro tão solene na toalha do altar...
Soa o canto do coro, latino e vento a sacudir-me a vidraça
E sente-se chiar a água no fato de haver coro...
A missa é um automóvel que passa
Através dos fiéis que se ajoelham em hoje ser um dia triste...
Súbito vento sacode em esplendor maior
A festa da catedral e o ruído da chuva absorve tudo
Até só se ouvir a voz do padre água perder-se ao longe
Com o som de rodas de automóvel...
E apagam-se as luzes da igreja
Na chuva que cessa...



III



A Grande Esfinge do Egito sonha pôr este papel dentro...
Escrevo - e ela aparece-me através da minha mão transparente
E ao canto do papel erguem-se as pirâmides...
Escrevo - perturbo-me de ver o bico da minha pena
Ser o perfil do rei Quéops...
De repente paro...
Escureceu tudo... Caio por um abismo feito de tempo...
Estou soterrado sob as pirâmides a escrever versos à luz clara deste candeeiro
E todo o Egito me esmaga de alto através dos traços que faço com a pena...
Ouço a Esfinge rir por dentro
O som da minha pena a correr no papel...
Atravessa o eu não poder vê-la uma mão enorme,
Varre tudo para o canto do teto que fica por detrás de mim,
E sobre o papel onde escrevo, entre ele e a pena que escreve
Jaz o cadáver do rei Queóps, olhando-me com olhos muito abertos,
E entre os nossos olhares que se cruzam corre o Nilo
E uma alegria de barcos embandeirados erra
Numa diagonal difusa
Entre mim e o que eu penso...
Funerais do rei Queóps em ouro velho e Mim!...



IV



Que pandeiretas o silêncio deste quarto!...
As paredes estão na Andaluzia...
Há danças sensuais no brilho fixo da luz...
De repente todo o espaço pára...,
Pára, escorrega, desembrulha-se...,
E num canto do teto, muito mais longe do que ele está,
Abrem mãos brancas janelas secretas
E há ramos de violetas caindo
De haver uma noite de Primavera lá fora
Sobre o eu estar de olhos fechados...



V



Lá fora vai um redemoinho de sol os cavalos do carroussel...
Árvores, pedras, montes, bailam parados dentro de mim...
Noite absoluta na feira iluminada, luar no dia de sol lá fora,
E as luzes todas da feira fazem ruídos dos muros do quintal...
Ranchos de raparigas de bilha à cabeça
Que passam lá fora, cheias de estar sob o sol,
Cruzam-se com grandes grupos peganhentos de gente que anda na feira,
Gente toda misturada com as luzes das barracas, com a noite e com o luar,
E os dois grupos encontram-se e penetram-se
Até formarem só um que é os dois...
A feira e as luzes das feiras e a gente que anda na feira,
E a noite que pega na feira e a levanta no ar,
Andam por cima das copas das árvores cheias de sol,
Andam visivelmente por baixo dos penedos que luzem ao sol,
Aparecem do outro lado das bilhas que as raparigas levam à cabeça,
E toda esta paisagem de primavera é a lua sobre a feira,
E toda a feira com ruídos e luzes é o chão deste dia de sol...
De repente alguém sacode esta hora dupla como numa peneira
E, misturado, o pó das duas realidades cai
Sobre as minhas mãos cheias de desenhos de portos
Com grandes naus que se vão e não pensam em voltar...
Pó de oiro branco e negro sobre os meus dedos...
As minhas mãos são os passos daquela rapariga que abandona a feira,
Sozinha e contente como o dia de hoje..



VI



O maestro sacode a batuta,
E lânguida e triste a música rompe...
Lembra-me a minha infância, aquele dia
Em que eu brincava ao pé de um muro de quintal
Atirando-lhe com uma bola que tinha dum lado
O deslizar dum cão verde, e do outro lado
Um cavalo azul a correr com um jockey amarelo...
Prossegue a música, e eis na minha infância
De repente entre mim e o maestro, muro branco,
Vai e vem a bola, ora um cão verde,
Ora um cavalo azul com um jockey amarelo...
Todo o teatro é o meu quintal, a minha infância
Está em todos os lugares, e a bola vem a tocar música,
Uma música triste e vaga que passeia no meu quintal
Vestida de cão tornando-se jockey amarelo...
(Tão rápida gira a bola entre mim e os músicos...)
Atiro-a de encontro à minha infância e ela
Atravessa o teatro todo que está aos meus pés
A brincar com um jockey amarelo e um cão verde
E um cavalo azul que aparece por cima do muro
Do meu quintal... E a música atira com bolas
À minha infância... E o muro do quintal é feito de gestos
De batuta e rotações confusas de cães verdes
E cavalos azuis e jockeys amarelos...
Todo o teatro é um muro branco de música
Por onde um cão verde corre atrás de minha saudade
Da minha infância, cavalo azul com um jockey amarelo...
E dum lado para o outro, da direita para a esquerda,
Donde há arvores e entre os ramos ao pé da copa
Com orquestras a tocar música,
Para onde há filas de bolas na loja onde comprei
E o homem da loja sorri entre as memórias da minha infância...
E a música cessa como um muro que desaba,
A bola rola pelo despenhadeiro dos meus sonhos interrompidos,
E do alto dum cavalo azul, o maestro, jockey amarelo tornando-se preto,
Agradece, pousando a batuta em cima da fuga dum muro,
E curva-se, sorrindo, com uma bola branca em cima da cabeça,
Bola branca que lhe desaparece pelas costas abaixo...


Até sexta-feira dia 28/08 estarei publicando aqui poesias de Fernando Pessoa. Este poeta português que eu preso tanto!!!

19 agosto 2009

GATOS !!!


Olhos grandes... azuis...verdes...
castanhos... pretos...
olhos de gatos... misteriosos... fascinantes...

Quero mergulhar dentro deles,
descobrir seus mistérios...
descobrir o seu jeito de ser e
te roubar o andar

silencioso, sorrateiro...
entra sem ser visto e enche
seu coração de ternura, de amor...

Pêlo macio, personalidade marcante...
jeito cativante... gatos...
perspicazes, diferentes...
GATOS...

by Mylla Galvão

17 agosto 2009

SELO CARINHO : REPASSANDO...


Recebi este Selinho da Christi - CONFLITOS DE CONFISSÕES
Tem um mini-meme

Perguntas e respostas:

1- Você é casada? Sim
2 - Tem filhos? Sim
3 - Fuma? Qdo estou bebendo
4 - Bebe? Socialmente
5 - Tem compulsão por algum tipo de comida? Sim... arroz fresquinho
6 - Prefere frio ou calor? Calor
7 - Prefere doce ou salgado? Doce... brigadeiro crocante!
8 - Qual sua profissão? Professora de Português
9 - Último filme que viu? A Montanha Encantada - em DVD
10 - Qual foi o dia mais feliz da sua vida? O nascimento de meu filho.

Indique 05 blogueiras e avise-as!
Minhas indicações são:

1 - Elaine - Um pouco de mim;

2 - Nanda - Múltiplas Realidades;

3 - Solange - Eucaliptos na Janela;

4 - Márcia - Meus pensamentos;

5 - Sandra - Curiosa.


14 agosto 2009


Hoje quero falar de uma pessoa
que me ajuda a sair da tristeza,
Me aquece o coração e me faz
ver o mundo de um jeito diferente...

Me ensinou a mar o próximo,
A me reconciliar com os inimigos
A perdoar sempre...

Mudou a minha vida para
um horizonte melhor...
Me ajudou a ver as
misérias do mundo...

Essa pessoa é DEUS!
é JESUS DE NAZARÉ!
com Eles aprendi o valor da vida!

by Mylla Galvão

11 agosto 2009

DESCOBERTAS...


Em meio ao turbilhão
de emoções,
descobri um milhão
de sentimentos em mim...

Descobri um sentimento
mais forte, mais sensato
em mim...

Sua falta... seu carinho...
seu amor... essenciais ao
meu viver... são como a água,
sem eles não é possível a vida...

Sentimentos desconhecidos
em mim... antes apenas aventuras,
hoje um amor maduro em mim!!!

by Mylla Galvão

07 agosto 2009

VOCÊ


Eu te amei...
Amei teus olhos,
teu sorriso,
E você não me deu valor...

Amei teu mundo...
Tua vida,
Teus gostos...

Amei você...
esqueci de mim,
Da minha vida...

E você o que me
deu em troca
desse amor?
Esquecimento...

by Mylla Galvão

05 agosto 2009

SER TRISTE


Ser triste...
É diferente de estar triste...
As vezes é a solidão que impera
mas hoje sinto a tristeza em mim...

Ela sorriu um sorriso triste,
apoderou-se de mim e trouxe
junto com ela a saudade...

Passou pela porta aberta
e deixou ao meu lado
uma lágrima furtiva...

Deixou na janela uma
rosa esvaecida, pétalas murchas...
Tristeza perdida!

by Mylla Galvão


02 agosto 2009

EU AMO VOCÊ...

Eu amo você pelo
simples prazer de
te ver sorrir...

Eu amo você pelo
prazer de fazer-te
feliz em cada
segundo de tua vida...

Eu amo você porque
penso em ti em todos
os meus momentos...

Eu amo você... O brilho de
seus olhos só eu percebi
quando me declarei a você...

by Mylla Galvão


#SAUDADES ETERNAS

Nunca soube que você se chamava Fernando... Pra mim, sempre foi "Beto"... O Beto do sorrisão...  O Beto das baladas n...